SALMAN RUSHDIE




 

Novo livro de Salman Rushdie vai retratar os EUA de Obama e Trump ...

 

SALMAN RUSHDIE
Os Filhos da Meia-Noite, 5ª Edição (2008)
Tradução de Manuel João Gomes
EDITORA DOM QUIXOTE

 

O HOMEM

            Ahmed Salman Rushdie nasceu em 19 de junho de 1947 em Bombaim (atual Mumbai). Filho de gente abastada, depois de passar os primeiros anos na União Indiana foi estudar para a Grã-Bretanha para o King’s College da Universidade de Cambridge. Ensaísta e autor de ficção, rapidamente obteve grandes sucessos, tornando-se mundialmente famoso quando escreveu em 1989 os Versículo Satânicos, (Versos Satânicos na versão brasileira) considerados um ataque ao Islão por parte de alguns muçulmanos. O ai-atola Khomeini do Irão chegou mesmo a condená-lo à morte, levantando problemas à sua segurança. Em 15 de junho de 2007 foi condecorado na Grã-Bretanha com o Grau de Cavaleiro (Knight Bachelor) o que provocou violentos protestos entre algumas comunidades religiosas. Casou várias vezes, tem uma vida social muito ativa.  Os seus livros tratam temas muito fortes e atuais, cruzando diversas culturas, estão muito na moda, o que lhe granjeou mais de meia dúzia de prémios literários. De entre eles destaca-se o Book Prize em 1981 e Bookers Prize de 1993 referente a Os Filhos da Meia-Noite, que se vai aqui tratar mais em pormenor. Dele se fez um filme. Continua a escrever para nós.


A OBRA

            O autor escreveu também alguns ensaios dignos de interesse. Vamos citar apenas os seus romances:            

            Grimus (1975)

            Os Filhos da Meia Noite (1980)

Vergonha (1983)

            O Sorriso do Jaguar (1987)

            O Versículos Satânicos (1989), no Brasil Versos Satânicos

            O Último Suspiro do Mouro (1995)

O Chão que Ela Pisa (1999)

Fúria (2001)

The Clown (2005), saiu para aí com vários nomes

A Feiticeira de Florença (2008)

            Dois Anos, Oito Meses e Vinte e Oito Noites (2015)

            The Golden House (2017)

           

 

 

 

O ROMANCE Os Filhos da Meia-Noite

 

ORGANOGRAMA SIMPLIFICADO DA FAMÍLIA SALEEM SINAI

 



 

 

 

PRINCIPAIS PERSONAGENS

 Ghani: pai de Naseem. Avô de Saleem. Proprietário de terras 

Aadam Aziz: avô de Saleem. Médico cético, cuja perda da fé o faz sentir amputado

Naseem Ghani: avó de Saleem. À medida que o marido perde poderes, e também devido à sua religiosidade, torna-se a «Reverenda Mãe»

Ahmed Sinai: pai de Saleem: empresário que vai perdendo qualidades até se ornar um alcoólatra

Mumtaz Amina Sinai: mãe de Saleem: cética e determinada. Nunca esqueceu o seu primeiro marido, Nadir Khan

Saleem Sinai: Nascido nos primeiros momentos da independência da Índia, portanto um dos filhos da meia-noite, dotado de poderes telepáticos. É o narrador do romance, nem sempre confiável

Padma: esposa de Saleem. Personalidade forte e realista para compensar a fraqueza e pusilanimidade  do marido

Vanita: mãe biológica de Saleem. Morre de parto

Macaca de Bronze: irmã de Saleem Sinai. Pouco estimada em criança, na juventude descobrem que tem dotes para o canto. Chega a cantar para o exército paquistanês. Desiludida com a guerra refugia-se no mosteiro cristão de Santa Inácia

William Methworld: pai biológico de Saleem. Inglês dono da Methworld Estate, parte da qual vende a Ahmed Sinai. Não vê com bons augúrios a independência da Índia

Mary Pereira: mãe criadeira de Saleem (aia de Amina), maternal e arguta

Alice Pereira: irmã de Mary, que trabalha para Naseem Ghani, é inteligente e ativa

 

          Alia: irmã de Amina, tia de Saleem. Tem despeito pela irmã Amina, a quem Ahmed preferiu

           Hanif: irmão de Amina, tio de Saleem. Diretor de cinema fracassado, suicida-se

           Mustapha: irmão de Amina, tio de Saleem. Pessoa bondosa e passiva, que quem abusam

Esmeralda: irmã de Amina, tia de Saleem, casou com o general Zulfikar

General Zulfikar: marido de Esmeralda. Oficial paquistanês. Entra num golpe contra o governo. Faz dinheiro no contrabando. É demasiado austero com seu filho Zafar, vindo a ser assassinado por ele

Zafar: filho do general Zulfikar e de Esmeralda, toda a vida humilhado pelo pai  

 

Evie Lilith Burns: a primeira paixão de Saleem na infância. Vivia na casa dos Methworld

Sonny Ibrahim: criança que vivia na casa dos Methworld. Apaixonado pela irmã de Saleem

 

Wee Willi Winkie: pai de Shiva, que ganha a vida a cantar para a família Methworld. Mais tarde perde a voz e passa por dificuldades para criar o filho. Era casado com Vanita, mãe biológica de Saleem

Shiva: Nascido no mesmo dia e à mesma hora de Saleem, e trocado por ele no berço. Criado pelo pai, foi dotado de joelhos fortes e uma grande habilidade para a luta. Entrou para o exército indiano.

Parvati (a bruxa): esposa de Shiva. É uma das filhas da meia-noite. Tem poderes de adivinhação. Era aliada de Saleem Sinai, mas não o conseguiu conquistar.

Aadam Sinai: filho de Shiva e Parvati. Filho biológico de Saleem, antes da vasectomia. Tem cerca de três anos no fim do romance. É reconhecido por ter orelhas de elefante

 

Comandante Saharmati: oficial da marinha, que mata o amante da esposa. O seu caso correu pela imprensa. Curiosamente as pessoas desvalorizaram o seu crime, incluindo mulheres, considerando-o antes um herói por pôr cobro àquela infidelidade

Lila Saharmati: esposa do comandante Saharmati, Teve um caso com Homi. Foi atingida pelo marido, mas sobreviveu

Homi Catrack: magnata de cinema assassinado pelo comandante Saharmati

 

Doutor Narlikar: médico e sócio de Ahmed Sinai, que valeu a Saleem algumas vezes

Joseph D’Costa (José da Costa): revolucionário radical que inspira Mary Pereira a trocar Saleem por Shiva. Mais tarde é morto e o seu fantasma impele Mary a confessar o seu ato.

Mian Abdullah: chefe da organização «Islão livre», que é contra a partição da Índia

Nadir Khan: primeiro marido de Amina. É impotente e teve que se divorciar. Era assistente de Abdullah e poeta. Mais tarde torna-se comunista e muda o nome para Oasim Khan.

 

Tai: velho barqueiro do Caxemira, ressentido com a invasão da sua terra

Ramram Seth: profeta que prevê o futuro de Saleem ainda no ventre da mãe

Quadro Singh: Encantador de serpentes, amigo de Saleem.

  

BREVE RESUMO (UM GUIA PARA LER O LIVRO)

                Primeiro Livro: O livro vem escrito na primeira pessoa. Saleem Sinai já na idade adulta conta toda a sua odisseia a Padma. A sua família de origem tinha raízes no Caxemira. Sua mãe Mumtaz Aziz casou com Nadir Khan, mas ele era estéril e o casamento foi desfeito para ela casar com Ahmed Sinai, passando a chamar-se Amina Sinai. Refere-se à origem da cidade onde nasceu, Bombaim, às lutas travadas para a independência da Índia britânica, que se ia fragmentar pela Índia, pelo Paquistão, Ocidental e Oriental, e mais tarde pela Birmânia (Myanmar). Ele narra-nos a extraordinária façanha que foi o seu nascimento à meia noite de 15 de agosto de 1947, o dia da independência da União Indiana. Ele ia ser um dos primeiros cidadãos a nascerem livres no seu país, 1001, todos dotados de qualidades extraordinárias. Ele possuía um nariz grande e o dom da telepatia, o seu olfato fazia-o prever o futuro. E algo de terrível aconteceu: ele foi trocado por Shiva no berço pelas mãos de Mary Pereira, aia da mãe, que, farta de ouvir o revolucionário Joseph D`Costa falar contra a exploração do homem pelo homem, resolveu pôr um pouco de justiça no mundo, fazendo rico quem era pobre, e pobre quem era rico. Shiva era filho de Wee Willie Winkie e Vanita, que morreu de parto. Mas, como depois se verá, o verdadeiro pai biológico de Shiva nem seria ele, mas o inglês, William Methworld.  

                 Segundo Livro: Narra a infância de Saleem, com um pai distante e duas mães: a oficial, Amina; e a aia, Mary Pereira, omnipresentes a dar-lhe carinho. Ao pai são congelados os bens por ser muçulmano, que depois descongelam. Gandhi é assassinado e passam um mau bocado até saberem que não foi um muçulmano que o matou. Entra na ação a sua irmã, que depreciativamente chamavam Macaca de Cobre. Aos nove anos ele já gosta da menina Evie Lilith Burns, e tem muitos amigos entre os jovens da sua idade, como Sonny Ibrahim. Na juventude consegue reunir-se secretamente com os filhos da meia-noite, que se sentem um grupo privilegiado, dotado de poderes especiais. Parvati, a bruxa, gosta de Saleem, mas ele mantém-na à distância e ela chega-se a Shiva. E acontece uma coisa desagradável: Mary Pereira confessa que à família que Saleem e Shiva foram trocados à nascença. O escândalo foi abafado, mas Ahmed Sinai já tinha descoberto que ele não era seu filho pela análise do seu grupo sanguíneo, quando Saleem perdera um dedo e fora tratado. Talvez a partir dali daí passasse a beber mais. A situação dos muçulmanos ricos complica-se em Bombaim, a fábrica de Ahmed é incendiada, e ele tem de ir para o Paquistão com o seu tio Zulfikar. Apesar de muçulmano, Saleem vai estranhar um pouco aquele país, longe da sua Bombaim. Assiste a um golpe de estado em casa do seu tio Zulfikar, que é general do exército paquistanês. A irmã está a ascender na família, já que tem dotes especiais para o canto. A partir dali passam a chamar-lhe Jamila. A sua popularidade é tamanha que o exército paquistanês requisita-a para animar as tropas. Entretanto, Saleem chega à idade adulta e convive com as guerras entre a Índia e o Paquistão. 

                 Terceiro Livro: Com a sua memória perturbada, Saleem conta a Padma como foi mobilizado para a guerra do Paquistão Oriental, depois Bangladesh. Fora o Sheik Mujibur que promovera a secessão. Ele está ao lado das forças do Paquistão Ocidental, vê por lá atrocidades inimagináveis e deserta para a selva – torna-se buda. Na Selva dos Surbardans, depois de conseguir sobreviver às moscas e às sanguessugas, recupera a memória, mas não o nome. É apanhado, e é a irmã Jamila que vem interceder por ele. A guerra civil prossegue até à rendição os generais Niazi a Maneckshaw, em 15 de dezembro de 1971. Jamila, confusa, ingressa num convento católico de Santa Inácia, e Saleem é levado para Deli, onde governa Indira Gandhi. Ali encontra Parvati, com quem casa. É o que diz, pois noutra parte recusava-se a casar xom ela por não poder ter filhos. Mas a páginas 382 diz que «ia nascer mais um filho que era do verdadeiro pai, embora, por terrível ironia, fosse neto dos pais do pai». Shiva está por perto, ele corre perigo e resolve fugir para casa do seu tio Mustapha. Sabe da morte de alguns dos seus familiares e faz um luto de 400 dias. Vai depois viver no gueto dos mágicos em casa de Picture Singh. Shiva é agora oficial superior, casa com Parvati e fica desapontado quando ela aparece grávida. No seu novo posto, Indira Gandhi, primeira ministra da Índia, manda invadir em abril de 1976 o gueto dos mágicos, onde se refugiava Saleem, e prender os filhos da meia-noite para os esterilizar à força. Saleem é obrigado a confessar o nome de todos deles, ao todo 420. O próprio Shiva se sujeita à esterilização de modo voluntário, mas ele já tinha deixado dezenas de filhos e filhas por toda a Índia em mulheres casadas afastadas dos maridos, e em todas as putas que encontrou. Os filhos da meia-noite continuavam a prosperar. Em março de 1977 os filhos da meia-noite são libertados, ele regressa a Bombaim e encontra o velho encantador de serpentes debaixo de uma ponte. Ele está lá com um menino sofrendo de elefantíase, já com 21 meses, com grandes orelhas, que logo reconhece como seu filho. Um dia apetece-lhe comer chutney, ao gosto da sua ama, Mary Pereira, e acaba por a encontrar a gerir um estabelecimento com a irmã Alice. Folgou por ter ainda uma «mãe» viva. Ela era agora Mrs. Bragança, e a irmã, Mrs. Fernandes. Saleem resolve então casar com Padma, que teve paciência de o ouvir durante todo este livro. A história acaba com Saleem a profetizar que no dia do seu trigésimo primeiro aniversário morrerá, pulverizando-se em milhões de partículas. 


 Midnight's Children (film) - Wikipedia

O anúncio do filme Os Filhos da Meia-Noite

APRECIAÇÃO GERAL

                O romance Os Filhos da Meia-Noite é um romance integrado na corrente literária do realismo mágico, ou realismo fantástico, ao jeito de Gabriel García Marques. São elementos comuns daquele estilo a saga da família de Saleem Sinai às voltas na Península Indostânica, opondo-se a Shiva, como os Arcadianos aos Aurelianos em Cem Anos de Solidão. Aparecem personagens estranhas, como os filhos da meia-noite, todos com dotes especiais, sobrenaturais, que amedrontam até a Viúva Negra, nome com que designa Indira Gandhi, que os manda esterilizar. Há jovens como a Macaca de Cobre, irmã de Saleem, que mais tarde revelará grandes dotes para o canto, e pessoas com qualidades paranormais como Tai, profetas como Seth, ou encantadores de serpentes como Singh. A inclusão do fantasma de Joseph D’Costa também é exemplo disso. Existe mesmo um gueto dos mágicos, e até Shiva deixa pelo país uma caterva de filhos em mulheres casadas e solteiras à semelhança de Aureliano Buendia. Como no realismo mágico, o tempo no romance está aqui e ali distorcido. Há muita sexualidade desviante, e o surreal é aceite pelas personagens como sendo real.

                Seja dito para quem não estiver familiarizado com a História da Índia, sobretudo com a sua descolonização, e não tenha uma ideia da variedade das suas religiões, da diversidade da sua cultura, que o romance pode ser de leitura difícil. O autor põe muito da história da Índia recente: um período bastante conturbado e rico em peripécias, criando um enredo muito intrincado, às vezes confuso, a partir do qual narra a história de duas crianças, Saleem e Shiva, trocados à nascença. Para tornar o seu destino mais transcendente os dois foram nascer num dia muito especial, o dia da independência da Índia, que vai fazer deles os filhos da meia-noite, os primeiros indianos a nascerem livres da dominação estrangeira, vindo todos possuídos de dons especiais, o que os torna seres sobredotados, capazes de proezas fantásticas. No livro é aflorada a independência da Índia e do Paquistão, a guerra de secessão neste último, que dá origem ao Bangladesh, e a guerra com a China. O narrador do livro não é absolutamente fiável, e isto ainda torna aquela realidade mais esquisita e incerta, que o autor narra com alguma ironia. As próprias paisagens tornam-se por vezes fantásticas.

                A grande importância de Os Filhos da Meia-Noite está em tratar um tema de grande relevância para os povos da Península Indostânica, e até para a humanidade. Ele fá-lo de modo abrangente, reportando-se ao desmembramento da Índia Inglesa, de quem veio a resultar a Índia e o Paquistão, e depois o Bangladesh e a Birmânia (Myanmar). Ali esboça a situação política, económica e social e religiosa vivida naqueles tempos, e até as revoltas e atentados, as guerras fratricidas que predominaram naqueles tempos, inevitavelmente dramáticas, trágicas, com grande riqueza de pormenor. O herói do romance é Saleem Sinai, mas ele é mais uma vítima daquele tempo conturbado, quase surreal. Ele pensa que a sua história vai mudar o destino da Índia, mas é precisamente o contrário: a Mãe Índia é que moldará o seu destino. Os povos daquela região serão os verdadeiros heróis do romance, a saga de Saleem e Shiva é apenas um engodo para lermos o romance, com um enredo intrincado, por vezes surrealista, a acompanhar a História da Índia e do Paquistão.

                É notório que neste romance Salman Rushdie propaga ideias de natureza pacifista, as suas posições são antirracistas, é contra a xenofobia, a intolerância religiosa ou de qualquer outra espécie. São tratadas com distanciamento as diversas religiões da Índia: o hinduísmo, o islamismo e o cristianismo, e as outras. As ideias mirabolantes que infestam a cabeça dos seres humanos, as crenças e fantasias com que tendem perfazer o vazio que é a sua ignorância, são descritas com compreensão, veemência e fantasia. Saleem odeia a guerra, deserta mesmo, assumindo-se como buda, quando vê à sua volta serem perpetradas tamanhas carnificinas. Ele tem clara a noção de como as religiões, que são feitas para agregar mentalidades, às vezes servem para dividir os povos e os porem em guerra uns contra os outros. O seu avô Aziz era contra as religiões porque elas ensinavam a odiar. Escreve com grande fluência, riqueza de pormenores, fazendo-nos compreender à sua maneira uma sociedade tão complexa e desequilibrada como era aquela, com costumes tão estranhos como diversificados, desigualitária e injusta, mas cheia de humanidade e espiritualidade.

                Salman Rushdie não tem pejo de voltar à História, de que não se envergonha, não a censura como os políticos. É curioso, que recorre a personagens não só extraídas da antiga Índia, do Caxemira, como do Império Mongol, do Império Britânico, e até se refere aos portugueses, que por lá deixaram o seu sangue e testemunhos da sua presença, citando nomes como Mary Pereira, com a função das nossas antigas aias, verdadeira mãe de Saleem Sinai, e a irmã Alice Pereira, mulher ativa e empreendedora, além de Joseph D’ Costa (José da Costa), um revolucionário revoltado com a injustiça daquela sociedade, e ideias salvíficas para o mundo. No Paquistão, as duas mulheres, com ascendência goesa, ainda voltam a aparecer com os nomes Mrs. Bragança e Mrs. Fernandes vendendo as melhores conservas da cidade. Na fundação da cidade de Bombaim, autêntica porta da Índia, também refere que os portugueses foram os primeiro a dar-lhe a sua função de cidade portuária fortificada, chamando-lhe «Bom (boa) Baía», de que resultou Bombaím. Possessão dada e, 1665 como dote a Catarina de Bragança por Portugal, quando ela casou com Carlos II de Inglaterra. Os políticos mudaram-lhe agora o nome para Mumbai, mas não conseguirão apagar a História. O livro com uma mistura densa de elementos, escrita de um modo tão inextricável tem mais de uma leitura, espelha bem a diversidade cultural e a grandeza da Mãe Índia, origem de religiões e de uma civilização, trata-se de um grande romance.

(A rever. Problemas com a nova formatação)

 Martz Inura

 12/05/2020

 

 







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