MIA COUTO




 


 
MIA COUTO

Terra Sonâmbula

EDITORIAL CAMINHO, 15ª edição, 2017

 

O HOMEM

Mia Couto, pseudónimo literário de António Emílio Leite Couto, nasceu na cidade da Beira em 5 de julho de 1955, onde iniciou os seus estudos e revelou a sua paixão pelas letras. Em 1971 mudou-se para Maputo (antiga Lourenço Marques) para frequentar o curso de medicina. Todavia, o «25 de Abril de 1974» e a consequente independência de Moçambique em 25 de junho de 1975 iria alterar estes propósitos. Com as convulsões dali resultantes ele iria enveredar pelo jornalismo, pondo-se ao lado dos independentistas. Depois de ter trabalhado no jornal Tribuna até à sua extinção foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique, e mais tarde na revista Tempo e no Jornal de Notícias local. Em 1985 prosseguiu os seus estudos universitários no âmbito da Biologia. Desde 1983 que vem escrevendo livros de poesia e prosa, com o que se tem distinguido em África, na Europa e até nas Américas. Foram-lhe atribuídas muitas distinções e prémios, em se inclui como síntese, o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995, e o Prémio Camões em 2013. É professor na Universidade de Eduardo Mondlane em Maputo, continua a escrever e a trabalhar em atividades ligadas ao ambiente. 

  A OBRA

Mia Couto tem obra uma obra literária já vasta e importante na poesia, na crónica e no conto. Foi vencedor de diversos e prestigiados prémios. Destacam-se o seu primeiro livro de poesia e alguns dos seus principais romances:

Raiz de Orvalho (1983) (poesia)

Terra Sonâmbula, (1992)

O Último Voo do Flamingo, (2000) 

Um Rio Chamado Tempo, (2002)

O Outro Pé da Sereia, (2006)

Jerusalém (no Brasil: Antes de Nascer o Sol) (2002)

Mulheres de Cinzas (2015) (I Vol. Areias dos Imperador)

A Espada e a Azagaia (2016) (II Vol. Areias dos Imperador)

O Bebedor de Horizontes (2017) (III Vol. Areias dos Imperador)

  


 

O ROMANCE Terra Sonâmbula

 a) PRINCIPAIS ERSONAGENS

Muidinga: Jovem protagonista da história, que ao eclodir a guerra perdeu a memória. Esta amnésia resultou de um feitiço que lhe fizeram para o poupar ao sofrimento dela resultante. Sem o saber ele vai recriando a sua vida ao ler Os cadernos de Kindzu, supostamente falecido.

Tuahir: Velho sábio que encontrou Muidinga perdido durante a guerra e o apoia e guia em determinado período da sua vida. No passado salvou-o de ser enterrado vivo num ritual de feitiçaria.

Kindzu: Menino desaparecido na guerra civil, que deixou escritos vários cadernos. Só no fim do livro é desvendada a sua identidade.

Gaspar: Filho desaparecido de Farida, fruto de uma violação, que Muidinga anda à procura. Só no fim do romance se sabe quem será.

Junhito: Nome abreviado que dão a Muidinga, depois de lhe ter chamado Vinticinco de Junho (dia da independência de Moçambique)

Siqueleto: Um ancião marcado pela guerra, último sobrevivente de uma aldeia, que representa a morte e a destruição,

Taimo: Nome que Kindzu dá ao pai

Quintino: Guia de Kindzu, durante a sua busca por Gaspar, que às vezes se embebeda

Farida: Mulher que perdeu seu filho Gaspar, com quem Kindzu teve uma relação. Só ao fim se sabe os fortes laços que os ligam

Tia Euzinha: Tia de Farida, que lhe dá proteção quando ela foi amaldiçoada por ter tido gêmeos.

Dona Virgínia: Portuguesa, mulher de Romão Pinto, estimada por Farida

Romão Pinto: Colono português que teve relações com Farida

Estevão Jonas: Administrador de Matimati, marido ciumento de Carolinda

Assane: Antigo secretário administrador da região de Matimati

Surendra: Indiano, sócio forçado de Assane, a quem incendeiam a loja

Juliana Batistana: Prostituta cega.

  

d. RESUMO DA OBRA: A ação do romance desenrola-se em Moçambique de 1976 a 1992. Está estruturado em 11 capítulos alternados com 11 partes, relativas aos Cadernos de Kindzu, que aqui vão ser sintetizados em separado. Esta síntese destina-se a facilitar a compreensão lo livro, não a substituir a sua leitura. Terra Sonâmbula deu origem a um filme de Teresa Prata, elogiado nos Estados Unidos da América.

 1) RESUMO DA  AÇÃO: 

Num tempo conturbado, em que a própria guerra matava as estradas (tornava-as intransitáveis), um velho sábio, Tuahir encontra um menino, Muidinga, que tinha perdido a memória e anda à procura dos pais. Estavam em plena guerra civil, tinham-no levado a um feiticeiro para ficar amnésico e assim se furtar ao sofrimento daquela guerra. O velho vai tentar reconstruir-lhe a história do mundo. Param numa estrada junto de um machimbombo destruído, onde encontram vários cadáveres e umas cartas, os chamados Cadernos de Kindzu. Anteriormente Tuhair tinha salvado Muidinga de ser enterrado vivo para se cumprir um ritual antigo.

Eles enterram os cadáveres e passam a viver no machimbombo. À noite está frio e fazem uma fogueira ao lado da estrada, onde Muidinga vai lendo com curiosidade os cadernos, ainda que o velho às vezes se aborreça com o seu interesse por eles. Eles corriam ali grande perigo, tinham de se proteger de eventuais guerrilheiros e dos próprios animais selvagens. Além disso precisavam de arranjar comida,

Finalmente a fome aperta e aventuram-se a sair para a mata para arranjar comida, apanham um cabrito que lhes é roubado durante a noite. É então que o velho lhe conta a história macabra de meninos que foram encontrados mortos num campo de deslocados. O menino não sabe que eram os seus pais e o velho diz que ele vai passar a chamar-se Muidinga, nome de um filho mais velho falecido nas minas do Rand.

Urge encontrar que comer. Tuhair decide explorar os matos vizinhos à procura de víveres, ouvem-se tiros ali à volta, a guerra não está longe, e são surpreendidos por um homem chamado Siqueleto, a quem os bandidos destruíram a sua aldeia, que os aprisiona e leva Muidinga até uma árvore para que ele escreva ali o seu nome, que o eternize naquela floresta e depois se suicida.

Muidinga não larga os seus cadernos, com o seu velho guia Tuhair encontra Nhamataca, feiticeiro fazedor de rios. Para se livrar de maldições têm fazer uma jangada e irem para uma ilha fantástica, porventura inexistente. Este propósito parece-lhe pouco racional, mas entretanto rebenta uma tempestade que faz daquele vale um rio de água. A coisa serenou e dormem os dois ao relento.

Tentam regressar ao machimbombo e deparam-se no caminho com umas velhas, que sem razão aparente investem contra Muidinga. Não falam a mesma língua, e só mais tarde ele descobre a razão da sua fúria, eles foram interromper uma cerimónia para afastar os gafanhotos das colheitas, que profanaram com a sua presença. Chegam por fim ao machibombo onde o velho lhe prepara um chá.

No meio daquela monotonia sentem a falta da presença de mulheres, que podem atenuar brincando com elas no pensamento. Muidinga não sabe por que esqueceu tudo, e Tuhair argumenta que isso até foi bom para ele, pois permitiu-lhe ficar na ignorância de todas as desgraças que lhe aconteceram, enquanto ele tem de carregar com o doloroso peso do passado. 

A vida no machimbombo torna-se tão monótona que até parece que é a estrada que anda e as pessoas estão paradas. Eles estarão parados no tempo. Os dois fazem uma reflexão sobre a desgraça que é aquela guerra sem fim. Antigamente havia miséria, mas ainda havia amor e amizade, e naqueles infelizes dias predomina a desconfiança, já se satisfaziam em ir sobrevivendo.

Eles estão fartos do machimbombo e empreendem uma viagem para irem ver o mar. São entretanto atacados pelos mosquitos que provocam febres, as chamadas doenças dos pântanos, que lhes dificultam a progressão. Entram finalmente no mar num barquinho que balouça. Tuhair vai tentar empreender com ele a ansiada viagem para um oceano de cheio de infinitas fantasias.

 

2) RESUMO DOS CADERNOS DE KINDZU

Kindzu sem memória tenta reconstruir-se num tempo em que o mundo tinha a sua idade. À falta de melhor nome, o pai vai chamar-lhe Vinticinco de Junho (dia da independência de Moçambique), e depois Junhito, a que mandam viver num galinheiro para o proteger do conflito que se desenhava. Cresceu com a guerra à sua volta, com as paredes cheias de buracos de balas. A gente morre cheio de saudades da vida – alguém diz. Lembra-se da escola, dos conselhos do pastor Afonso, de Surendra. Tem como objetivo tornar-se um Napurama, uma espécie de guerreiro tribal vestido de penas que luta contra a injustiça.

Descreve uma viagem que fez depois de sair da sua aldeia com rastros de mar na memória. Fala em castigos do pai, em não querer ser enterrado num chão cheiinho de mortos, em acabar com a guerra, da mãe que não se casou, e do pai ser um viúvo solteiro. Contudo, ouvindo a história do pai, que era sonâmbulo e alcoólatra, caba por ter pena dele, que o inventou de um sonho de mentira.

Prossegue a viagem com o velho até à baía de Matimati, onde são mal recebidos. Aparece Assane, secretário do antigo administrador. Nesta terra há agora um novo administrador, fazem-se comícios, há grande efervescência político-social e repressão político-ideológica. Andam todos à procura do inimigo do povo, que não distinguem bem. Kindzu vai parar a um buraco no teto do mundo junto de Farida, uma mulher sofredora, que para melhorar teria de contar a sua história.

Descreve-se a vida de Farida com quem Kindzu tinha uma relação antes da guerra. Ela era filha do Céu, por ter uma irmã gêmea. Para evitar males maiores sua irmã foi deixada morrer à fome. A mãe de Farida nunca mais teve filhos e foi expulsa da aldeia. Só Euzinha lhe levava comida. Mas ela só matara a filha em fingimento, dera-a a alguém. Para evitar uma cerimónia purgativa, Farida foi para a Missão Católica, e depois para casa de um casal de portugueses, Romão Pinto e dona Virgínia. Ali Farida acaba por ser violada por Romão Pinto. Tem um filho dele, que nasceu muito naturalmente, mulato. Mas para eles isso seria grave. Euzinha tentou que o considerassem albino para contornar a coisa, mas não foi convincente e ele foi dado à Missão para que o criassem. Chamava-se Gaspar. Mais tarde Farida foi visitá-lo, mas ele tinha fugido da Missão.

Farida no meio daquele caos foi parar a um navio, onde dormia na cabina do capitão, enquanto Kindzu dormia cá fora. Falam os dois no convés, os relatos dela fazem-no lembrar qualquer coisa. Havia semelhanças entre Kindzu e Farida. As suas memórias estavam cheias de fantasmas. Passaram-se catorze anos desde que ela deixara o filho na Missão. Ele queria conseguir a amizade dela, descobrindo o seu filho Gaspar. Ele se amarrara a ela, e nunca tinha tocado em mulher de amar. Acabam por ter uma relação carnal. Ela queria sair do navio, mas Kindzu dissuadiu-a, prometendo-lhe trazer-lhe seu filho Gaspar, fugido da missão.

Kindzu e Farida continuam no navio. Aquela guerra há de acabar um dia, mas nunca nas suas almas. Seguem dali para a baía de Matimati, onde ela pensa que é odiada. Ali vão encontrar Assane, secretário do antigo administrador, e Surendra. Aborda-se aqui o problema do racismo contra os asiáticos, embora o governo não o reconheça. Por fim queimam a loja do indiano, alguma rejeição existirá. Farida continua com o sonho de reencontrar o seu filho Gaspar. 

Muidinga fica em casa de Assane, mas nem ele nem Surendra o podem ajudar a procurar Gaspar. A ação intensifica-se, porque aquela procura parece não ir dar a lado nenhum. A mesma vida tem duas histórias, a verdadeira e a fictícia. Fala-se da guerra que nunca mais acaba. Ele é ajudado agora por Quintino, um negrinho que se embriagava, talvez para esquecer toda a miséria que lhe está emergente.

Descreve-se a seguir em mais um caderno um pouco da vida de Quintino, o guia negrinho de Kindzu. Ele vai a casa do administrador, Estevão Jonas, que suspeita da sua mulher, Carolinda, lhe ser infiel. Aqui ele vai descobrir uma parte da história de si mesmo, estranha e contraditória, O administrador conta-lhe um pouco da vida e até a morte do colono português Romão Pinto, cujo fantasma ainda o persegue. 

Kindzu discute com Quintino, que fala do seu antigo patrão, Romão Pinto, falecido faz dez anos. Esteve entretanto com dona Virgínia, viúva daquele, a fim de saber de Gaspar, mas ela não lhe quer falar dele nem de Farida. Acede, contudo, a falar dele na sua antiga casa, onde diz que o escondeu num poço. Ele será filho de Romão Pinto, é quase filho dela. Fala-se de Carolinda, que já teve outro marido, e da atual política de Estevão Jonas, enfermando antigos vícios.

Quintino percebe que Virgínia não lo podia levar até ao filho de Farida. Euzinha, a tia de Farida, era a única hipótese. Dão uma volta pelas imediações. O enredo complica-se. A vida prossegue por novos caminhos. Há ali um campo de deslocados. A guerra irá acabar. Quintino decide ficar ali, ele gosta de Jotinha, está preso no feitiço dela. Kindzu tem de regressar a Matimati, embora sem ter encontrado Gaspar.

Quando chegou, Farina já tinha morrido por não poder suportar mais aquela espera. Assiste-se a um ajuntamento em que um feiticeiro faz um longo discurso premonitório. Por fim Muidinga encontra um miúdo com uns papéis, e reconhece neles os seus cadernos, esse miúdo é ele próprio, que recupera a memória. Afinal, ele era o próprio Gaspar, filho de Farina, que levaram a um feiticeiro para que ficasse amnésico. A que males levou aquela guerra! As folhas caem pelo chão. Então, as letras, uma por uma, se vão convertendo em grãos de areia e, aos poucos, todos seus escritos se vão transformando em páginas de terra.

 

Do filme de Teresa Prata (drama de 2007)


d) APRECIAÇÃO GERAL DA OBRA

 Terra Sonâmbula é um romance em que se respira a Mãe África, e de um modo especial Moçambique. Não sem que se equacionem as diversas variáveis da guerra, a situação política, económica e social daquele novo país, atravessada por diferentes línguas, religiões e costumes. Coroando a Guerra Colonial de 1964 a 1974, que aflora vagamente com aparecimento da figura de um colono branco e de um comerciante asiático, desenrola-se durante a Guerra Civil Moçambicana, que se estendeu de 1976 a 1992, deixando atrás de si um rasto de destruição e cerca de um milhão de mortos, muitos deslocados, uma economia debilitada, muitos traumas a cicatrizar. Pretende fazer o prelúdio para um Moçambique melhor, mais próspero e justo. Tem presente muito do que resta da presença portuguesa, resquícios asiáticos, uma contínua aragem refrescante do Índico, e sobretudo uma jovem nação de velhos e jovens a soerguer-se quase a partir das suas cinzas.

 É manifesta o propósito do autor de mostrar os horrores da guerra, aas desgraças que trouxeram à sua população, mesmo aos mais jovens, a miséria que dela resultou para o país, que se atrasou no seu desenvolvimento económico-social. E faz isto enquanto nos fala dos conflitos do dia-a-dia das pessoas, da luta pela sobrevivência daquele sacrificado povo, das suas modestas aspirações, das suas fervescentes esperanças. Podemos vislumbrar vícios de antigos colonos brancos, medos nas pessoas de origem indiana, resquícios de um novo racismo e de tipos de exploração emergentes, abusos de poder dos novos senhores do país. Contudo, renascido destes males, o sonho sobrepõe-se à realidade, sobretudo nos mais jovens, que aspiram construir um país mais justo e pacífico. O livro transcende uma história da guerra, o autor reconstrói o meio político, económico e social que dela resultou, dá vida a lendas e tradições do seu povo, inclui uma crítica velada aos novos governantes, tenta recriar uma mensagem de esperança para as novas gerações.

 A linguagem é por vezes poética, turvada de maravilhoso, sobretudo em Os Cadernos de Kindzu. Algumas personagens empregam uma oralidade nativa, com um sabor estranho e doce, próximo das suas remotas origens africanas, inventando simplificadas mas sábias formas de dizer. O discurso indireto é muito utilizado, mesmo pelas personagens. Há períodos em que parece penetrar num mundo fantástico, cheio de feitiços, superstições e magia. A narrativa, que cruza duas histórias – a realidade e o sonho –, embrenha-se frequentemente num mundo imaginário, fantástico. Muidinga, na busca incessante da sua identidade vê-se muitas vezes confrontado pelo absurdo. As paisagens movem-se, os sonhos perseguem as mentes, deformando a realidade, que se torna estranha, surreal, quase o levando a colar-se à corrente do Realismo Mágico. Há neste romance em confronto o velho e o novo, o passado e o presente, a tradição e o modernismo, o devaneio e a verdade, a morte e o renascimento, a eterna viagem, que representa o evoluir. As vidas de Muidinga e de Kindzu correm paralelas. São a vida do dia-a-dia e a ficção que se interligam para irem desembocar a Gaspar.  

Mia Couto escreve-nos aqui um romance original e aliciante, polindo um poliedro de várias arestas do seu país, Moçambique, cuja alma engrandece, elevando a Língua Portuguesa a um elevado nível de elaboração no Hemisfério Sul, onde é a mais falada do mundo. Não foi sem razões ponderadas que o consideraram um dos melhores romances africanos do século XX. Terra Sonâmbula é uma narrativa, e volta-se a repetir, passada num mundo em que a realidade é nublada pelo sonho, o consciente individual anda à procura de si próprio no inconsciente coletivo. Está escrito de modo a retratar a complexidade daquele período de guerra absurdo, tentando dar coerência à vida de um país a iniciar os seus primeiros passos. Muidinga tem nos Cadernos de Kindzu um documento para se descobrir e se tornar moderno, assim como os moçambicanos têm de reler a sua História para se reencontrarem, para conhecerem as razões das suas diferenças, onde residem as raízes da tolerância, que poderão transformar em potencialidades, e assim serem maiores. É um livro que convêm ter presente nas nossas bibliotecas. (formatação difícil, a rever)

 

Martz Inura

28/04/2021

 

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