HOMERO
Ilíada
Tradução de Versão Francesa e Nota
Introdutória de Cascais Franco
Publicações Europa-América (1999)
O HOMEM
Homero é um poeta épico da Grécia Antiga, a quem se atribui uma
data de nascimento por volta do século IX a. C. Teria nascido em Esmirna, na
Ásia Menor, ou nalguma ilha grega do Mar Egeu. Os antigos gregos consideravam
Homero uma figura histórica, mas com o passar do tempo, não abundando fontes
históricas, que se perderam na voracidade dos séculos, a sua existência real
começou a ser posta em dúvida, chegando-se a considerá-lo uma lenda, e A Ilíada
e A Odisseia, obras criadas ao longos dos tempos por aedos e compilados
posteriormente em Atenas, porventura pelo tirano Pisístrato, só sendo fixadas
no século VI a. C. São, digamos, como que uma prosopopeia da memória helénica
que serviu para fixar o Grego Antigo e lhe fixou a sua mitologia. Estas datas
e estes dados continuam em estudo. É nossa modesta opinião que se trata de uma figura
histórica muito ligada à primeira compilação e complementarização destes
livros, não sendo, contudo, o seu criador original, já que terão sido vários
aedos, que ao longo do tempo foram cantando ao povo grego extratos da sua
grande epopeia, acompanhados por vezes por liras, quando a oralidade imperava
sobre a escrita, que colheu contribuições de vários dialetos. Para mais aprofundamentos é ler os especialistas, mas desde já
se alerta que não são consentâneos, há poucas certezas sobre Homero, o mais importante
ainda é debruçarmo-nos sobre esta obra, realmente bem viva e matricial.
A OBRA
A Ilídia, (de Ilión, nome grego de Troia) e posteriormente a Odisseia,
com algumas décadas de intervalo e as condicionantes e incertezas atrás
apontadas são as únicas obras que lhe conhecemos, mas elas só por si já são um
monumento à literatura. Heródoto disse que Homero teria existido quatro século
antes de si, teria vivido, portanto, à volta de 850 a. C., mas A Ilíada, na sua versão oral,
original, solta, reportar-se-á, ao século XII a. C., por aí à volta.
O POEMA ÉPICO, Ilíada
A Ilíada de Homero representada por Carmen Rougeri na Fundação Michael Cacoyannis
Do lado dos Gregos, também chamados Aqueus, Argivos
e Dánaos:
- Agameménon: (com Menelau designado Atrida, por ambos serem filhos de
Atreu). É rei de Micenas e o chefe máximo dos exércitos dos Aqueus.
- Menelau: Rei de Esparta, irmão mais novo de Agamémnon, marido de
Helena, a mais bela mulher do mundo.
- Ajax, o grande: Filho de Telémaco. Um dos heróis gregos mais habilidosos e
combativos, graças ao qual de devem muitas vitórias gregas.
- Ajax Menor: Filho de Ileu. Assim designado por ser mais pequeno que
o primeiro, e de menor nobreza moral. Violou Cassandra no templo de Atena.
- Aquiles. filho de Tétis e Peleu: Rei dos Mirmidões. A mãe para o
tornar invulnerável mergulhou-o nas águas do Hades, mas ao pegar-lhe pelo
calcanhar deixou esta zona desprotegida. Herói central no livro.
Vinga a morte de Pátroclo, seu amigo, matando Heitor.
- Calcas (Calcantes) (filho de Testórides): Grande adivinho, foi ele
que previu a duração da guerra de Troia e serviu de guia muitas vezes aos Aqueus.
- Diomedes: Príncipe de Argos, filho de Tideu, comandante da esquadra
grega, que participou ativamente no cerco de Troia e na pilhagem da cidade.
-
Indomeneu: Rei de Creta, liderou muitas
vezes os seus exércitos contra os troianos.
- Nestor: Um dos guerreiros mais famosos da Grécia pela sua coragem e
valentia, embora sendo já de certa idade. Era filho de Neleu.
- Ulisses (Odisseu): Rei
de Ítaca. Homem ardiloso e astuto, que faz de embaixador entre Aquiles e Agamémnon.
Vai ser a personagem principal da Odisseia.
- Pátroclo: Amigo de Aquiles, por quem combatia com denodo. Foi morto
por Heitor, que o confundiu inicialmente com aquele, e por aquele vingado.
- Teucro: Meio irmão do grande Ajax, um dos melhores arqueiros
gregos.
Do lado troiano, da cidade de Troia, junto à costa da Ásia
Menor, atual Turquia
-
Príamo: Rei de Troia, já velho, mas
prudente, arrastando atrás de si o seu carisma. É o filho Heitor que comando os
seus exércitos. Tem como seu aliados os Lícios e os Dardánios
-
Heitor, filho de Príamo, Príncipe de
Troia e irmão de Páris. É o mais famoso guerreiro da cidade, e o verdadeiro
chefe dos exércitos troianos, já que o seu pai está velho. Mata Pátroclo, que
se arvorara em Aquiles, porque usava a sua armadura, e é morto num duelo por aquele.
- Páris, também chamado Alexandre: Filho de Príamo, Príncipe
de Troia. Foi a sua fuga de Esparta com Helena que despoletou esta guerra.
- Eneias: Primo de Heitor, do qual é o seu lugar tenente. É a
personagem que Públio Virgílio escolherá para fundar a cidade de Roma na Eneida.
- Helena: A esposa de Páris, antes casada com Menelau, rei de
Esparta. É ela que dá origem a esta guerra. Era filha de Zeus e de Leda.
- Andrómaca: Esposa de Heitor, de quem tinha tido um filho, a quem
chamou Astíanax, que deambula pelo meio da história.
- Briseida: Prima de Heitor e de Páris, que Aquiles tinha capturado,
e de quem se torna escrava, apaixonando-se a seguir os dois. Foi causa de um desentendimento entre Aquiles e Agamémnon.
-
Sarpédon: Rei da Lícia, que matou o
grego Tepólemo.
. INTERVENÇÃO DOS DEUSES:
Os deuses e deusas são muito
interventivos neste livro, para dar um maior colorido à história, e a tornar sobre-humana.
Zeus, deus dos deuses, filho de Crono (Tempo), era neutro, embora de vez em
quando fizesse as suas intervenções, nem sempre consensuais a pender para os Troianos.
Do lado dos Gregos estavam:
– Posídon, deus dos mares, e os Aqueus vogavam nele com as suas naus.
– Tétis, como ninfa dos mares e mãe de Aquiles
só podia ser pelos Aqueus.
– Atena, patrona da cidade de Atenas,
muito ativa na defesa dos Aqueus.
– Hefesto, deus dos ferreiros e artesãos,
também muito honrado em Atenas.
Do
lado dos Troianos estavam:
– Apolo, filho de Zeus e Leto, deus da
perfeição, da harmonia, apoia Heitor.
– Artemisa, filha de Zeus e Hera,
irmã gémea de Apolo, estava com o irmão, Apolo.
– Afrodite, deusa do amor e da
sexualidade, era mãe de Eneias, que era troiano. Páris já a tinha eleito como a deusa mais bela do Olimpo.
– Ares, filho de Zeus e de Hera, era o
deus da guerra e marido de Afrodite, estava ao lado da sua esposa.
• OUTRAS VERSÕES DO LIVRO
Versão
do presente livro, traduzido por Cascais Franco
Canto I
Canta a ira, deusa, do filho Peleu,
Aquiles, ira funesta, que foi causa de mil dores para os Aqueus, precipitou no Hades
não poucas almas fortes de heróis, e fez dos seus corpos pasto dos cães e das
aves inumeráveis: cumpria-se a vontade de Zeus. Principia pela querela que
dividia o Atrida, rei dos guerreiros, e o divino Aquiles.
Versão
de Frederico Lourenço (Companhia das Letras)
Canto I
Canta, ó deusa, a cólera de
Aquiles, o Pelida
(mortífero), que tantas dores trouxe
aos Aqueus
e tantas almas valentes de heróis
lançou no Hades,
ficando seus corpos como presa para
cães e aves
de rapina, enquanto se cumpria a
vontade de Zeus,
desde o momento em que primeiro se
desentenderam
o Atrida, soberano dos homens, e o divino
Aquiles.
Versão
em grego para quem souber um pouquinho desta língua
ΤΟΝ ΑΓΡΙΟ ΘΥΜΟ
θεά,
τραγούδησε του Αχιλλέα, γιου του Πηλέα,
ολέθριο
θυμό, που τόσα πάθη φόρτωσε στους Αχαιούς,
τόσες
γενναίες ψυχές κατέβασε στον Άδη,
ηρώων ψυχές,
κι άφησε λεία στα σκυλιά τα σώματά τους,
στα λαίμαργα
όρνια, έτσι που συντελέστηκε η βουλή του Δία,
αφότου
μεταξύ τους χώρισαν και πήραν να διχογνωμούν
του Ατρέα ο
γιος, ο πρώτος του στρατού, κι oθείος Αχιλλέας.
• BREVE RESUMO DO POEMA
Helena de Troia (Evelyn - 1898)
O seu rapto foi a causa primária de toda esta guerra
CANTO I
A PESTE –
A IRA DE AQUILES
Iam já no décimo ano de guerra,
quando há um desentendimento entre o Gregos, aqui chamados, Aqueus, Argivos,
Dánaos. Do espólio de uma batalha Agamnémnon fica com Criseida e Aquiles com
Briseida. O pai de Criseida ofereceu um resgate pela filha, que Agamémnon inicialmente
não aceitou. Ora ela era sacerdotisa de Apolo, e este deus castigou os Aqueus
com uma peste. Agamémnon viu-se então obrigado a restituir Criseida e reclamou Briseida a Aquiles, que levou a mal, retirando-se da guerra com os seus
mirmidões. Os Aqueus ficam deste modo enfraquecidos. Tétis, mãe de Aquiles, não
seria estranha a esta decisão. Então Hera, que era pelos Aqueus, interpelou
Zeus por alguém estar a dividir os seus apaniguados.
CANTO II
O SONHO –
A BEÓCIA OU O CATÁLOGO DAS NAUS
Zeus, que estava pelos Troianos,
inspira num sonho de Oniros Agamémnon a atacar Troia. A sua intenção era pôr os
exércitos Gregos à prova, agora que estavam divididos e enfraquecidos. Agamémnon,
rei dos exércitos, corajoso e valente, foi dar-lhes luta, mas o facto é que
está mais fraco, sofre alguns desaires e enfrenta uma rebelião nas suas
fileiras, fomentada por um tal Tersites. Esta rebelião só foi sustida pela
pronta intervenção de Ulisses (Odisseu), que foi inspirado pela profecia de
Calcas, de que Troia, (também chamada Ílio), cairia ao décimo ano. Neste canto
são equacionadas as forças em presença naquela guerra. Os habitantes de
Asplédon, os Fócios de Esquédio, os Olenses, guiados por Ajax, filho de Ileu,
os Cefalenses, comandados por Ulisses, os Etólios, por Toas, os de Micenas, os
de Atenas, os de Esparta e tantos mais.
CANTO III
OS
JURAMENTOS –VISTA DO ALTO DAS MURALHAS, DUELO DE PÁRIS E MENELAU
Os dois exércitos confrontam-se no
campo de batalha. De um lado está Páris, príncipe de Troia, e do outro Menelau,
rei de Esparta, a quem o primeiro roubara a esposa. Menelau insulta Páris, que
responde, propondo um duelo entre os dois. As duas forças estão agitadas,
Heitor, o maior herói troiano, crente nas forças do seu irmão, insiste no duelo
entre os dois. Menelau aceita, sob condição de se fazer um juramento de sangue,
de modo a respeitar-se o resultado do duelo. Helena assiste com Príamo do alto
das muralhas de Troia. O combate inicia-se, duro e violento, Menelau venceu
Páris com a ajuda da deusa Atena. No final da peleja assim o declara perante todos,
Agamémnon.
CANTO IV
VIOLAÇÃO
DOS JURAMENTOS – REVISTA DE AGAMÉMNON
Agamémnon tinha declarado que
Menelau vencera o duelo, mas Afrodite para salvar Páris desta humilhação leva-o
ao encontro de Helena, envolto numa nuvem. Assim foram violados os juramentos.
Hera e Atena, que apoiavam os Aqueus, protestam, pedindo a continuação da
guerra e assim se fazer justiça. Zeus cede, e Atena convence Pândaro, arqueiro troiano, a disparar contra
Menelau, e assim romper o pacto entre os Gregos e Troianos. Foi deste modo que ativou a
guerra. Agamémnon inicia os combates. A vitória parece pender para os Aqueus, o
grande Ajax, filho de Télemo atinge o jovem Simoísio, filho de Antémion. Porém,
Apolo incita os troianos, fazendo-lhes crer que Aquiles está ausente, e isto
favorece o seu moral, invertendo a situação
CANTO V
FAÇANHAS
DE DIOMEDES
Os combates prosseguem e os troianos
avançam sobre o exército dos Aqueus, moralizados pela ausência de Aquiles,
conseguindo alguma vantagem. Os dois Ajax, Ulisses e Diomedes reorganizam as
forças dos Aqueus, destacam-se nestas batalhas Diomedes, que chegou a ferir o
próprio Ares. Hera e Atena estão ativas. Pândaro distingue-se no lançamento das
suas flechas. Mas nem tudo são sucessos, do lado dos Troianos Sarpédon exorta
Heitor, e Eneias faz grandes razias por entre o exército dos Aqueus. Os Atridas
(os irmãos Agamémnon e Menelau) têm os seus desaires. Como sempre os deuses
estiveram muitos ativos, sobretudo Hera e Atena do lado dos Aqueus, e Apolo,
Afrodite e Ares do lado dos Troianos.
CANTO VI
FAÇANHAS
DE DIOMEDES – CONVERSA DE HEITOR E ANDRÓMACA
Com a continuação dos combates os Gregos recuperam alguma vantagem, destacando-se entre eles, Diomedes, fazendo
com que Heitor regresse à cidade e peça à sua mãe, Hécuba, que interceda junto
de Pallas Atena com oferendas para que ela refreie o furor dos Aqueus. Atena
era uma deusa muito influente, única no seu nascimento. Ela era filha do cérebro de Zeus, sem que
nenhuma mulher a tivesse gerado. Há uma conversa triste entre Heitor com a
família, temendo que Troia venha a cair, mas feita esta diligência, regressa ao
campo de batalhas com o seu irmão Páris para suster o avanço grego.
VII
DUELO DE
HEITOR E AJAX – O TRANSPORTE DOS MORTOS
Vendo
os exércitos troianos fraquejar – dentro das muralhas chegou-se a propor a
entrega de Helena aos Gregos. Apolo vendo as coisas perigar para o lado dos Troianos tenta
combinar com Atena uma trégua, sugerindo que a contenda se decida por um duelo
entre Heitor e o grande Ajax. Tal proposta foi aceite. O duelo é renhido, mas
não se decide logo, pois estávamos na presença de dois grandes guerreiros. Chega a noite e é interrompido pelo arauto Ideu. Os Aqueus aproveitam então
para recolher os seus mortos e construir um baluarte que defenda na praia os
seus navios. À noite foram servidos banquetes nas suas tendas, como para recuperar as suas
debilitadas forças, e foram dormir.
VIII
BATALHA
ENCURTADA
Surge de manhã a deusa Aurora, e Zeus
aproveita para convocar uma assembleia dos deuses no mais alto Olimpo. Queria manifestar
a todos que o seu poder estava acima do que era conferido aos deuses e aos
homens. Desafiou mesmo a porem em questão o seu poder para verem o resultado. Cheio de pundunor,
subiu a seguir à montanha de Ida, e de lá observou os navios gregos e a cidade
troiana. Os combates prosseguem com Heitor a enfrentar o grande Ajax, e há
muita mortandade entre heróis menores. A
seguir falou Atena a interceder pelos Aqueus, Hera não quer que aquele litígio
se estenda entre Zeus e os restantes deuses, e continua a pugnar pelos Aqueus.
Então chegou a noite e Heitor fez uma grande assembleia com os Troianos, Dardânios
e aliados para pararem a guerra e respeitarem a noite.
IX
A
EMBAIXADA JUNTO DE AQUILES – AS PRECES
Os Gregos (Aqueus) estavam em dificuldades, uma
dor insuportável atingira os seus mais bravos guerreiros, e Agamémnon chorou.
Lastimou-se perante o cruel Zeus, que um dia disse que com um raio destruiria
as muralhas de Troia, e que agora o abandonara. Então falou o filho de Tideu,
Diomedes, grande guerreiro, que lhe lembrou o seu desentendimento com Aquiles,
e a sua desfeita de lhe ficar com a jovem Briseida. É então enviada àquele uma
grande embaixada composta por Ulisses, Ajax, dois arautos e o veterano Fénix,
com a promessa de lhe entregar Briseida, que continuava virgem. Mas Aquiles,
dentro das suas naus está irado, tem a sua esquadra naval pronta para o
regresso à pátria, e não cede.
X
A DOLONIA
Todos no acampamento dormiam, exceto
o Atrida, Agamémnon, que vai pedir conselho a Nestor. Reúne-se então com
Menelau. Depois de alguma discussão, Agamémnon envia Diomedes e Ulisses reconhecer
o campo dos Troianos. Aqueles, por sua vez, através de Heitor, já tinham mandado
Dólon espiar o acampamento dos Aqueus. Porém, Dólon é surpreendido por Ulisses
e Diomedes, que o capturam, e, depois de lhe extrair algumas informações
importantes degolam-no. Da posse dessas informações invadem o campo troiano e
massacram o rei Reso e doze guerreiros, que dormiam. Quando regressam ao lado aqueu são recebidos em festa. Fizeram uma libação a Atena com vinho doce como
mel. A dolonia é a morte de Dólon.
XI
FAÇANHAS
DE AGAMÉMNON
De manhã, chegada a Aurora,
Agamémnon reúne as suas falanges, fazendo-os marchar contra Troia. Do lado destes,
os Troianos tomam posição sobre uma colina. Estão a ser comandados por Heitor e Eneias,
considerado um deus entre os seus concidadãos. Agamémnon, o rei dos guerreiros,
é o primeiro a investir contra os troianos, causando alguma mortandade às suas forças
em toda a frente de combate. Mas Heitor, apercebendo-se que não estava presente
Aquiles, exortou os Troianos, os Lícios e os Dardânios a combater com mais fulgor. Páris atinge
com uma flecha Diomedes, filho de Tideu, e este correu perigo. Há intensos
combates, aqui e acolá, intervindo todos os nossos heróis. Chegada à noite, num
jantar em que foram saciados de iguarias, o pai de Aquiles exortou o filho à
guerra, o que exultou o coração de Pátroclo.
XII
O COMBATE
SOBRE O BALUARTE
Quando os combates no dia seguinte prosseguem,
os Troianos manifestam-se superiores, empurrando as falanges gregas para o
fosso que estes tinham aberto na praia. Heitor arremessa um pedregulho contra um
portão do baluarte grego, por onde entra, expulsando-os até às naus, de onde aqueles só podiam recuar
para os mares. Eles tinham esperança de destruir os navios dos Aqeus, e quase o
conseguiam, não fosse Posídon lhes estender a sua proteção. Indomeu, chefe dos Cretenses exorta os Gregos, e o mesmo faz Menelau, sendo provocado por Páris,
também chamado Alexandre e Heitor. Reina a confusão. Zeus favorece os troianos,
e Posídon os gregos.
XIII
COMBATE
JUNTO DOS NAVIOS
Zeus, levado pela sua paixão da
guerra juntou Troianos e Aqueus. Os Troianos, comandados por Heitor, atiram-se
com furor sobre os Aqueus, na esperança de tomar os navios e matarem lá dentro
os seus melhores. O grande Ajax enfrenta Heitor. Os combates recuam até aos
navios, o que envergonha os Aqueus. Atena exorta-os a combater com a sua
influência salutar. Por sua vez, Heitor instiga do mesmo modo os Troianos, os
Licíos e os Dardânios. Posídon, deus dos mares, interfere pelos Aqueus. Deucalião
inventiva Indomeu, que diz haver os dois Ajax e Teucro nas naus. A dor
apoderou-se de Menelau. Os dois exércitos enfrentam-se junto dos navios com
grande clamor dos seus guerreiros, que se invetivam reciprocamente.
XIV
ZEUS
LUDIBRIADO
Perante tantas dificuldades,
Agamémnon intimou Nestor, filho de Peleu, queixando-se que talvez não se
realizassem o seu vaticínio de Troia ser destruída, ao que Nestor respondeu que
um dia as muralhas de Troia ruiriam, nem mesmo Zeus o podia impedir. Há algum desânimo
entre os Aqueus. Ulisses condena mesmo o pessimismo de Agamémnon. Ora entre os
deuses, Hera, filha de Crono (Tempo), vendo o perigo da continuação da proteção
de Zeus aos Troianos, engendra um estratagema para o adormecer com as suas artes. É então que os
Aques se empertigam e conseguem rechaçar os Troianos. O grande Ajax consegue
mesmo ferir alguns Troianos mais afoutos, que para mostrar a sua heroicidade a Heitor
lhe faziam frente.
XV
RETORNO
OFENSIVO LONGE DOS NAVIOS
Os Gregos recuperaram o ânimo e
transpõem de novo o seu fosso, fazendo os Troianos tremer de medo. Entretanto,
acorda Zeus, no monte de Ida, onde dormia com Hera. Ele não gosta do que vê, e
atribui as culpas de tudo a Posídon, embora saiba da perfídia de Hera, sua
esposa. Vendo a situação no campo de batalha, em que o centro da decisão se
deslocado para longe dos navios, Zeus manda Apolo e Ísis incitar de novo os Troianos à luta. A sua ira vai ao ponto de impedir Posídon de interferir
naquela batalha, e deste modo os Troianos recuperam a supremacia. Heitor é
exortado a continuar a guerra e os Troianos, como leões, comedores de carne
crua, atiraram-se às naus. Há muitos feridos entre os Aqueus.
XVI
PATROCLIA
Entretanto, Pátroclo, foi junto de
Aquiles derrama as suas lágrimas, ao ver os Aqueus baquearem. O robusto
Diomedes fora atingido, Ulisses e Agamémnon foram feridos, e mesmo a Eurípilo, acertaram-lhe
com uma flecha numa coxa. Pátroclo pede-lhe que lhe deixe comandar os mirmidões
e lhe empreste as suas armas para dar luta aos Troianos. Aquiles acede ao seu
pedido, mas previne-o que é só para ele os expulsar da frente das naus. Ora
este, animado por algum êxito inicial, persegue os Troianos até às muralhas da
cidade, onde Heitor, de mais perto, o reconhece como o falso Aquiles, e o
desafia para um duelo. Este sentia-se fortalecido com a armadura de Aquiles, mas
Febo Apolo já lhe tinha tirado o capacete com uma estocada. Na luta que se
travou a seguir, Heitor facilmente o vence e lhe tira a vida. É isto a patroclia.
XVII
FAÇANHAS
DE MENELAU
Os Troianos ficaram consternados com
a morte de Pátroclo, e entre eles, Menelau, que com a sua falange investiu
sobre as tropas troianas e lhes infligiu alguns revezes. Heitor traz consigo
alguns Troianos. Apolo está a apoiá-lo. Trava-se ali uma intensa luta pela
disputa do corpo e da armadura de Pátroclo. Heitor acaba por ficar com a
armadura, que pertencera a Aquiles, e Ajax com o seu corpo. Os Troianos
rechaçam as falanges Gregas, mas por fim Heitor, Eneias e Crómio são obrigados
a recuar. Heitor acaba mesmo por ser ferido por uma lança de Indomeu. Menelau
volta a insistir no pedido de ajuda a Aquiles, não muito convencido. O grande
Ajax dá ordens para que se erga o cadáver de Pátroclo e se o leve para os navios,
sendo estas forças atacadas ferozmente pelos Troianos. Foi com a ajuda dos dois
Ajax que os conseguiram deter.
XVIII
FABRICAÇÃO
DE ARMAS
A morte de Pátroclo e de muitos
outros heróis causou prantos em ambos os lados. Antíloco, mensageiro dos pés
rápidos, vai junto dos navios de Aquiles comunicar a morte de Pátroclo, o que
muito o consterna. Aquiles chora, e a mãe, Tétis, ao vê-lo naquele estado
pergunta-lhe a causa, e providencia para que se lhe faça uma nova armadura, não
menos segura que a primeira, que ia buscar junto de Hefesto, o deus do ferro e
dos artesãos. Aquiles está destroçado com a morte do amigo e ameaça trazer para
junto da sua pira doze vítimas nobres troianas, em que lhes havia de cortar o
pescoço. Hefesto fez uma couraça mais brilhante que o esplendor do fogo, e um
capacete espesso, adaptado às têmporas de Aquiles, que entregou todo ufano a
Tétis.
XIX
AQUILES
RENUNCIA À SUA IRA
Tétis, mãe de Aquiles, vem entregar-lhe
a nova armadura, não menos segura e brilhante que a anterior, afirmou-lhe o seu
apoio e exultou-o a lutar contra os Troianos. Há um diálogo entre Zeus e Hera,
que estão divididos neste conflito, embora não o admitam claramente. Agamémnon
vêm trazer novas oferendas a Aquiles, pedindo-lhe com Ulisses a adesão à causa
grega, o que ele aceita com grande garbo, depois de prolixos discursos. Foi a
morte de Pátroclo que o fez aderir. A seguir os reis dispersam, exceto os Atridas,
Ulisses, Nestor, e o velho condutor de carros, Fénix. Atena queixa-se dos
Troianos a Zeus, que a tenta apaziguar. Aquiles foi experimentar a sua nova armadura,
pegou na lança herdado de seu pai e brandiu-a. Estava pronto para novos
combates.
Os deuses gregos no Olimpo
XX
A BATALHA
DOS DEUSES
Há uma reunião em casa de Zeus em
que estão presentes Hera, Pallas Atena, Ares, Febo de Xanto e Afrodite.
Pensavam eles que agora, com a entrada em cena de Aquiles, que estaria decidida
a guerra para o lado dos gregos. Artemisa, Apolo e Hefesto também se imiscuíram
na discussão, era uma autêntica guerra entre deuses a tentar interferir nos destinos da guerra. Havia a questão de Heitor
e Aquiles. Os deuses sentaram-se, cada grupo de cada lado, vistos por Zeus, lá
das alturas, na montanha de Ida. Cá em baixo trava-se uma batalha furiosa, de
um lado estão Heitor e Eneias, do outro sobressai Aquiles. Há vítimas de menor
expressão que se atravessam entre eles. Aquiles está empolgado, quer alcançar a
glória.
XXI
COMBATE
JUNTO DO RIO
Aquiles empurrou um grupo de gregos,
que fracionou em dois, perseguindo o que foi para o vau do rio, e, depois de
ter dizimado uns tantos retirou vivos, doze, que serviriam de sacrifício à
morte de Pátroclo. Vêm até junto de Aquiles pedirem o seu resgate. Ele ainda
aceitou o resgate de alguns, mas não o de Licáon, filho de Príamo, que lhe veio
pedir de joelhos, para escapar à morte. Ele achava que ele devia ter a sorte
funesta de Pátroclo. Aqui intervêm Hera, Posídon e Hefesto, que queimava
cadáveres com o fogo que projetava de si, e do outro lado Ares, Afrodite e
Apolo. Aquiles chacinava não só os Troianos, mas também os seus cavalos. Agenor
ainda lhe fez frente, mas só uma névoa lançada por Apolo o salvou da morte mais
que certa.
XXII
MORTE DE
HEITOR
Os Aqueus aproximam-se das muralhas
de Troia, Febo Apolo ainda quer refrear Aquiles, mas este está irado e não
cede. Fica então Heitor com o encargo de o enfrentar, embora sabendo que ele
lhe é superior. Tenta evitá-lo, mas Atena convence-o a ir à luta. Apela ainda a Zeus que não interfera no duelo. O rei Príamo e a mulher estão desolados com
o destino do filho. Heitor aceita o duelo, mas exige que se que se respeite o
cadáver do vencido. Aquiles está enfurecido e não aceita tal pacto. O duelo tem
lugar, a luta é renhida, mas por fim Aquiles consegue ferir Heitor no pescoço,
a única parte do seu corpo que estava desprotegida. Ele fica em inferioridade
perante o seu opositor que o agarra pelas pernas. Heitor está a morrer, e implora
que o seu corpo seja devolvido aos Troianos, mas Aquiles, implacável, diz que
ele vai ser pasto dos abutres, enquanto o de Pátroclo será honrado. Por fim
mata-o. A mulher de Heitor chora junto do seu filho Astíanax, que ficava
privado do pai.
XXIII
JOGOS EM
HONRA DE PÁTROCLO
Os Aqueus (Gregos) dispersaram, menos os
mirmidões de Aquiles, que quer honrar Pátroclo. Perante o corpo dele jurou
vingança. Ele estava irado e queria dar a comer aos cães o corpo de Heitor e
lançar à pira de Pátroclo doze nobres Troianos. Então Aquiles
adormece, e num sonho aparece-lhe Pátroclo, que diz que ele se está a esquecer
dele, e lhe pede que apresse a pira e o envie para lá das portas do Hades.
Quer que os seus ossos não fiquem muito longe dos dele. De manhã, ao romper da
Aurora. Agamémnon, o rei dos exércitos, ordena que vão cortar lenha para se
acender a pira. Organizam-se depois os jogos de guerra. Entram
Antíloco, Indomeu, o rápido Ajax, filho de Ileu, Diomedes, e tantos outros. Ao
fim, aos vencedores foram entregues os respetivos prémios. Ulisses defrontou o
grande Ajax, filho de Télemo, mas Aquiles dispensou-se de continuar a luta, e
atribuiu o prémio ex-équo. Foi altura de Aquiles erguer um bloco de ferro bruto.
É a primeira vez que se fala neste livro deste metal. E com Agamémnon se encerrou
os jogos.
Aquiles acede ao pedido de Príamo
XXIV
O RESGATE
DE HEITOR
Por fim a assembleia dispersou-se, os
Aqueus retiraram-se para as naus, mas Aquiles ainda chorava a morte do seu amigo. Tomado de fúria atrelou o corpo de Heitor e deu três voltas
com ele em redor do corpo de Pátroclo. Era enorme a sua sede de vingança. Os
deuses voltam a discutir esta situação dramática. Estão divididos, Hera estava
indignado com Apolo por este querer as mesmas honras para Heitor e Aquiles. Tétis
vai implorar a interseção de Zeus por Heitor. Zeus decide, e envia uma
mensageira com uma mensagem a Príamo, dizendo-lhe para ele ir pedir o corpo do
filho a Aquiles, que nada lhe acontecerá. Príamo pela calada da noite consegue entrar
no acampamento de Aquiles, pedindo-lhe o corpo do filho. Este apelo comovente de
Príamo, já idoso e devastada pela desgraça, impressiona Aquiles, que, chorando,
lhe entrega o corpo de Heitor, e ali lhe promete uma trégua necessária para lhe
serem prestadas as adequadas honras fúnebres. Príamo pôde então ordenar sem ser
molestado que fosse reunida lenha para a pira de Heitor. Depois de queimado o
corpo, a pira foi apagada com vinho flamejante. Os ossos brancos que restaram
foram retirados e guardados numa urna de ouro. Assim se realizou o funeral de
Heitor, domador de cavalos.
• APRECIAÇÃO GERAL
A
Ilíada é uma obra matricial da literatura europeia. Trata-se de um poema coligido, segundo alguns autores em 751 a. C., mas relatando factos
passados por volta do século X a. C., ou ainda mais antigos. A Ilíada teria
passado de geração em geração, de forma oral, cantada em diversos dialetos
cantada pelos chamados aedos, que percorriam toda a Grécia, só então sendo fixada com 24
cantos e 16.693 versos hexâmetros. Terá tido compilações na Biblioteca de Alexandria. Cada canto corresponderia a uma letra do
alfabeto grego. Para o leitor instruído, até por a guerra se travar com armas
de bronze, e só nos últimos cantos se falar do ferro, ainda raro, se pode ter
uma ideia da data a que realmente se reportam. E o poema não conta a história
desta guerra na íntegra, ignora os seus antecedentes, e termina no funeral de
Heitor. Não fala do Cavalo de Troia. Então onde está o cavalo?
Homero também ignorou muitas lendas,
cientes que os seus leitores gregos já as conheciam. Como a do conturbado nascimento
de Aquiles. Zeus queria tomar como sua a ninfa Tétis, de pés de prata, mas
Posídon profetizou funestamente que o filho dela seria mais forte que o próprio
pai. Então os deuses, receosos de tal enormidade, resolveram casar Tétis com o já idoso Meleu, um simples humano, para enfraquecer o seu rebento. Porém, Tétis, para
proteger o seu filho Aquiles, pegou nele por um calcanhar e mergulhou-o no rio Estige,
que banhava o Hades, o inferno grego. Dessa água fortificou o seu corpo. Ele era um dos
guerreiros mais poderosos da Grécia, porém, mortal, e com a sua vulnerabilidade
no calcanhar, a única zona do corpo que não foi banhada.
Outra lenda que interessa aqui
narrar, para se saber o humor dos deuses, e, sobretudo das deusas, foi a da disputa
de Hera, Atena e Afrodite, sobre qual delas seria a mais bela. Para resolver a
contenda Zeus pediu a Páris, um simples pastor, que lhe desse a sua opinião. As
três deusas mostraram-se a ele, fazendo promessas tentadoras para ele se decidir
por elas. Atena concedia-lhe a pujança física; Hera, o poder; e Afrodite, o
amor da mulher mais bela do mundo. Páris escolheu a proposta de Afrodite,
conquistando o favor dela, mas a animosidade das outras duas, manifestas neste livro.
Quando
se celebrou o casamento de Tétis e Peleu vieram todos os deuses, menos Éris, a
deusa da discórdia. Ora acontecia que Helena, filha do Tíndaro, rei de Esparta,
era a mulher mais bela do mundo. E logo ali houve complicações, porque ela
tinha vários pretendentes. Ulisses teve que fazer com que todos se
comprometessem a respeitar a vontade de Helena. O pai decidiu por fim que ela
casasse com Menelau, que se tornou rei de Esparta. Aconteceu, porém, que Páris
foi para ali enviado como embaixador, e aproveitando-se da promessa de
Afrodite, seduziu Helena, que levou para Troia. Argamémnon mobiliza então mil
naus para conquistar Troia e recuperar Helena.
A presente edição está escrita em
prosa, quando a Ilíada foi escrita em poesia. Sabe-se da dificuldade, quase intransponível,
que é traduzir esta obra em poesia. Se a tradução é fiel, a poesia quase sempre
fica tosca, dificilmente acompanha a beleza original do poema. Optámos por uma tradução em prosa, por fazer uma descrição mais
rigorosa do que se passou, priveligiando o seu aspeto histórico, ainda que
tenhamos perdido todo o encanto majestático da poesia em grego clássico, uma
língua de declinações, em que os versos rimavam entre si como ondas musicais.
O poema canta a guerra entre Gregos
e Troianos, entre Menelau de Esparta, e Príamo de Troia, com toda a sua
envolvência. Tudo por causa de uma mulher, Helena, raptada por Páris a Menelau,
que se deixou seduzir por ele, quando para lá foi enviado como embaixador troiano. Este
será o motivo grandioso daquela guerra, mas ela poderia ser justificada,
segundo alguns historiadores pela expansão do reino de Micenas, ou pela luta
de jazidas de ferro que estavam a aparecer na Ásia Menor. Ainda hoje a Turquia é um dos grandes produtores deste minério.
Mas o livro conta-nos um pouco da
história daquele tempo, fazendo uma descrição das forças então em presença. Já
têm presente a sua História, a sua geografia, os princípios de guerra, a nobreza de caráter,
laivos de uma civilização emergente. Quando descai em verdadeiras carnificinas, como a captura
de reféns que eram trocados como prisioneiros de guerra, ou quando profana
cadáveres, os deuses daqueles tempos já habitavam as consciências daqueles
homens, e, mesmo estando também divididos e tendo as suas tendências, já lhes
inspiravam alguma humanidade, que às vezes lhes faltava.
A linguagem, na sua versão originária
grandiosa e sublime, épica, está cheia de apostos ou continuados, que Luís de Camões
depois também utilizaria frequentemente em Os
Lusíadas. Zeus é o ajuntador de nuvens, ou o filho de Crono (Tempo); Hera, é
a deusa de níveos braços, ou olhos de bezerra; Atena, a deusa de olhos de coruja;
Tétis, a ninfa de pés de prata; Hefesto, o coxo ilustre; Íris, a mensageira de
pés de vento, Agamémnon, o rei dos exércitos; Menelau, o louro; Aquiles o guerreiro
de pés rápidos; o grande Ajax é filho de Telémano; Heitor é o domador de
cavalos ou o guerreiro de capacete cintilante. Não havendo sobrenomes, as
pessoas daquele tempo se não fossem famosas eram as filhas de alguém.
Lendo hoje A Ilídia, podemos não ser tão sensíveis à sua beleza como foram os
antigos Gregos e Romanos, porque desconhecemos a história dos seus deuses, a
sua mitologia, o passado dos seus heróis, que eles conheciam, como fazendo
parte da sua cultura. Com este livro Homero como que fixou a mitologia grega. Esta obra é considerada percursora da literatura ocidental, vindo a
influenciar tudo que depois se escreveu, como a Odisseia do mesmo autor, A Eneida de Virgílio. A Divina Comédia de Dante Alighieri (1304-1321), Orlando
Furioso de Ludovico Ariosto (1516), Os Lusíadas de Luís de Camões (1572), O Paraíso Perdido (Paradise Lost) de John Milton (1667). Os
seus heróis como Ulisses, Eneias, Agamémnon, Aquiles, Páris e Ajax, sobrevivem
ainda hoje na literatura e cinematografia ocidental. Muito mais se pode dizer
sobre este livro, mas fiquemos por aqui, para não afugentar os leitores.
04/05/2019
Martz Inura
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