ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Os Cus de Judas
EDITORA DOM QUIXOTE
O
HOMEM
António Lobo Antunes nasceu em
Lisboa em 1 de Setembro de 1942, é médico psiquiatra e escritor reconhecido
internacionalmente. Tendo como classe de origem a alta burguesia, dela recebeu
uma educação tradicionalista, não deixando, contudo, de se mostrar um tanto
rebelde perante os seus valores. Cursou medicina, e de 1971 a 1973 prestou
serviço militar em Angola fazendo parte do Exército Português como médico. Este
facto iria ter um peso muito importante na sua vida, e servir de experiência
para escrever a obra que aqui nos traz. A sua relação com as mulheres, marcada
pela atracção-repulsão, é outro aspecto curioso a marcar a sua narrativa: como
uma força centrífuga que anime a Terra, eternamente a fugir do Sol, sem que consiga
escapar às suas amarras, assim parece vogar ele no seio delas.
A
OBRA
A sua obra é já vasta, para além de
dois livros de crónicas, consta dezassete romances, e ele ainda terá muito para
dar ou criar, assim se espera. É sobejamente conhecida, e recomendar-se-ia aos
retardatários que começassem a ler Memória
de Elefante, Fado Alexandrino, Auto dos Danados, Manual dos Inquisidores, Tratado
das Paixões da Alma, A Morte de
Carlos Gardel, Exortação aos
Crocodilos, Que farei Quando Tudo
Arde? Incide sobretudo temas ligados ao fim do Estado Novo a implantação da
Democracia, a mulher, a decomposição dos valores tradicionais do mundo burguês,
não sem alguns traumas.
Foi condecorado, tem muitos prémios
literários, nacionais e estrangeiros, o Grande Prémio de Romance e Novela da
Associação Portuguesa de Escritores (1985), o Prémio Camões (2007), mas agora,
já se sabe, os prémios que receberá serão mais para prestigiar as instituições
que a ele próprio, que está muito engrandecido. Precisará talvez do Prémio
Nobel, ou talvez nem esse, já que figuras como Máximo Gorki, James Joyce, Franz
Kafka não os receberam, e nem por isso deixam de ser os expoentes literários
que todos reconhecem.
O
ROMANCE Os Cus de Judas
Estrutura
O romance é composto por vinte e
três capítulos, de A a Z, tantas quantas as letras do abecedário. Está centrado
no narrador-personagem, e na sua participação na Guerra Colonial como médico, que
vive num presente diáfano, abandonado a si mesmo, pois a sua atenção está
constantemente a fugir-lhe para o passado, para a guerra, para a sua ex-esposa,
para a infância.
Espaço-Tempo
A acção, vista de Lisboa, já depois
de 1976, decorre de 1971 a 1973, no Leste de Angola, mas, dada a impulsividade
e perturbação do narrador, nem sempre é linear, saltita de Lisboa para Luanda, de
uma casa para a outra, pelos mais díspares lugares. E não só se prende com a
personagem que lhe serve de alter-ego, como fala da mulher e da filha, do pai
ou das tias, dos soldados ou dos oficiais e sargentos, da Pide ou de Salazar. Talvez
com influências de James Joyce, John dos Passos ou William Faulkner, deixa-se
conduzir pela corrente de consciência, por aquilo que lhe vem à mente. O
narrador parece, assim, sucumbir ao peso do passado, que, como um buraco negro
dos céus, absorva tudo o que lhe está à volta.
A linguagem
A linguagem é irreverente,
sarcástica, por vezes cai mesmo no calão, que parece traduzir o azedume do
narrador, cheio de contradições e revoltas, tendo aqui e ali momentos de uma
velada poesia. Vai buscar elementos constitutivos ao meio militar e à
psiquiatria. Apesar destas deformações pode considerar-se uma narrativa rica,
cheia de imagens sugestivas e belas. Pratica muito a ironia: «… enquanto o
tenente da criada lhes circundava em torno, farejando os decotes em êxtase
mudo, o capelão, contrito, descia a pálpebras virgens sobre o breviário da sopa
(pág. 42), ou «… Tudo é real, sobretudo a agonia, o enjoo do álcool… Tudo é
real, menos a guerra que existiu nunca: jamais houve colónias, nem fascismo,
nem Salazar, nem Tarrafal, nem Pide (pág. 193)». E a metáfora: «Como ela, o
soba morava num passado de muitas mulheres e muitas lavras… (pág. 71», ou. «…
compondo um rosto maquilhado, que se diria evadido, à socapa, de um filme de
vampiros… (pág. 189). Utiliza habilmente a comparação: «… os casais azedos
esquecem por algumas horas as suas querelas minúsculas, para se assemelharem a
estátuas jacentes de pijama às riscas, que o despertador à cabeceira da cama
empurrará em breve para quotidianos frenéticos e cinzentos (pág. 111)», ou «Os
oficias pára-quedistas, estritos e graves como seminaristas laicos… (pág. 114)».
Personagens
Existe uma Isabel, a ex-esposa do
narrador-personagem, a tia Teresa, que sempre o criticava; Sofia, a lavadeira
negra com quem teve uma ligação; e Jonatão, o enfermeiro negro com riso de
Tim-Tim; a mulher que encontrou num bar para passar uma noite e lhe serve de alter-ego,
mas não valerá a pena perder muito tempo fazer o seu estudo, porque toda a
acção decorre à volta do narrador que, na primeira pessoa, corporiza o romance.
Breve Sinopse
A
Começa com a evocação da Metrópole,
com reminiscências de uma Lisboa da infância, salazarista, católica,
conservadora, quando o seu mundo tinha por limite o Jardim Zoológico. Descreve
alguns quadros familiares, já na eminência da sua partida para o Ultramar, empregando
logo aqui, claramente, uma linguagem de médico, já com algum passado na leitura
dos grandes mestres da literatura.
B
Descreve a viagem de navio que o
levará à guerra. Recordação das suas experiências militares em Mafra, em Santa
Margarida, sempre com o mesmo olhar de espanto, antipatia ou mesmo enfado em
relação à vida militar, à guerra, e uma crítica mordaz ao mundo salazarista,
que o parece levar como prisioneiro naquele navio,
C
Chegada à cidade de Luanda, as
impressões do porto, as particularidades do clima tropical, a imagem estranha
de um mundo africano que os portugueses aprisionaram. Os presságios sombrios da
morte perante os esquifes que o navio transporta, que ainda não sabia se algum
dia iria ocupar. E depois aquela sessão de esquecimento pelos bares de Luanda:
uma sessão de striptease liquefeita em vodka.
D
A caminho de Nova Lisboa, decorando horizontes
pretensamente infinitos, com casas que se copiam umas às outras, e um ambiente
burguês que lhe parece fastidioso, bafiento, entediante. E depois o terror que
aquelas picadas em direcção ao Luso lhe inspiram, à espera de uma morte que lhe
parecia fatal, e que nem o vodka que ia bebendo pelo caminho conseguia mitigar.
E
Chegada a Gago Coutinho, na
fronteira da Zâmbia, nos cus de Judas, onde foi sentido com mais violência o ar
empestado e desértico daqueles sítios desterrados do mundo, ermos de justiça e
alegria, segregados ou degredados da humanidade.
F
Um delírio perdido na noite,
mergulhado numa tina de álcool, um sonho despovoado de luminosidade,
melancólico como um cadáver acabado de nascer. O absurdo em que se afunda a sua
vida cheia de nadas.
G
Em Ninde, no Leste de Angola,
assistindo ao primeiro ataque, enterrado numa fossa como um prisioneiro de
Auschwitz, só suavizado pela música e poesia de Paul Simon, e uma evocação de
Lisboa distante, irreconhecível, como ruína que tivesse sobrado de alguma
guerra.
H
O capitão vai sair numa viatura
Mercedes acudir com alguns voluntários a um grupo dos seus militares
emboscados. A sesta do médico é adiada para acudir aos feridos. Depois aquele
desabafo destravado de desespero do furriel enfermeiro perante o horror
da catástrofe: Caralho, caralho, caralho!
I
O narrador, que está em Lisboa,
continua a contar a sua história, afogado em vodkas, de quando no Chiúme lhe
notificaram por rádio o nascimento da sua filha, faustoso acontecimento, que empalidece
com a recordação de um soldado que perdera uma perna por ter pisado uma mina
anti-pessoal.
J
A tentar pagar a conta num bar a um
tenente, enquanto se recorda de um oficial catanguês na casa de banho dos
oficiais a lavar os dentes com a sua escova, pensando que ela fosse de todos, e
que, indignado, expulsara dali, sendo advertido que devia ser mais cortês com
ele, que comandava ali um grupo catanguês, e a quem a própria Pide respeitava.
L
A vinda de férias à Metrópole e a
chegada à noite profunda de uma Lisboa sem sono, assoberbado por pesadelos
imprecisos e fuscos, quase dolorosos, que aquele início de comissão no Ultramar
lhe inspirava.
M
Regresso a Luanda perdido no Bairro
do Prenda à procura de conforto feminino, enquanto ensaia algumas considerações
sobre o “Maio de 68”, acabando por fraquejar no término da noite perante uma
hospedeira atenciosa.
N
De Luanda voa para o Leste de Angola
num Nord Atlas, um avião que normalmente chegava ao seu destino, embora parecendo
fazê-lo com muita dificuldade. De novo desterrado naquelas paragens desérticas
ouvindo a 4º Sinfonia de Beethoven sob a maldição da Pide e do Estado Novo, que
o ameaçam amortalhar num esquife e desterrar para as profundezas dos porões dos
navios.
O
Em Lisboa, com descrições sobre o
Parque Eduardo VII, recordando a separação de sua mulher, Isabel, as agruras de
um casamento desfeito, para voltar ao Chiúme e falar do Natal irreal de 1971,
de os presunçosos sul-africanos, de helicópteros e pára-quedistas, e de novo a
mergulhar em sonhos infernais de Hieronymus Bosch, misturando o passado com o
presente.
P
E lá continua ele em Lisboa a reflectir
sobre o pouco sentido que tem a sua vida, oito anos depois daquela guerra em
Angola, perante uma confidente ocasional, talvez imaginária, fazendo um longo
arrazoado das suas misérias, para voltar ao Chiúme, à majestade da floresta de
Chalala, que tenta esquecer bebendo um uísque, sem que suspenda o seu rol de
acusações e queixumes.
Q
Mais uma vez perdido no seu andar
desértico em Lisboa, às voltas com uma vida afogada em vodka, e de novo a
vituperar a sua passagem por África, a que nem as ilimitadas searas de girassol
e de algodão amenizavam o aborrecimento daqueles dias, ou o faziam esquecer as
diatribes da Pide.
R
Ainda e sempre debitando uma enxurrada
de palavras para a sua companheira de ocasião, com quem não quer correr o risco
idiota de se apaixonar, enquanto a convida para fazer amor, e se deixa
ensombrar com a viagem que fez de Cazondo até Dala-Samba, onde os portugueses
não são bem-vindos e a Pide trata com desumanidade a população.
S
Talvez a curar-se de alguma
depressão, sentado numa sanita do seu apartamento no Areeiro, parece erguer aos
ombros o vazio monstruoso da sua vida, recordando Sofia, a lavadeira com quem
se relacionou e que sofreu sevícias às mãos da Pide.
T
Na cama do seu apartamento a
desapertar o soutien da parceira, enquanto o rosto esfacelado de um soldado o vem
perturbar. Tenta sobrevoar com o olhar os seios da amante, que é vendado por recordações
penosass do Baixo Cassange, e a memória o leva para uma caserna de onde traz um
soldado, que, fora de si, ameaçava matar a tudo e a todos.
U
A continuação da narrativa com a
expressão dos seus medos, das suas insuficiências, dos seus pudores, dos seus remorsos,
outra vez perdido no rio Cambo, pejado de jacarés e jibóias, já com vinte e um
meses de guerra nas tripas, que nem já o uísque da Manutenção Militar conseguia
sossegar.
V
À espera da manhã em mais um
intervalo das suas cópulas, para falar de Malange, que então já estava
semi-destruída, mas que em 1973 exuberava de vida, ao ritmo dos diamantes e das
putas, em que o caminho para a felicidade se comprava a uma negra por duzentos
escudos, amaldiçoados pela violência de Ninde e Chiúme, que, nem os guindaste à
volta do Bairro do Areeiro, quais instrumentos diabólicos da modernidade, o faziam
esquecer.
X
Um intróito para se despedir da
personagem feminina com quem está, talvez um fantasma inventado aos eucaliptos
de Chiúme para se fazer ouvir, e um olhar angustiado sobre Luanda que vai
deixar, cheio de bílis, que como ensombra a Lisboa em que agora vive, com a
recordação do médico homossexual que lhe fez as análises, e comprovou que a
merda do seu cu estava limpa, que o sangue que lhe corria pelas veias era
genuíno, que o seu mijo era puro.
Z
Finalmente a despedida envolta no
manto diáfano do sonho. Agora vai ficar sozinho no deserto que é aquele
apartamento, com os seus móveis inertes, as apáticas paredes, o seu cansaço, e
a cidade que acaba por se tornar real perante o fim do seu relato, embora ele continue
carregado com os fantasmas de vinte e sete meses de guerra colonial. Fez uma
visita às tias, que personificam o apodrecimento de um certo mundo burguês, mas
volta para o seu apartamento abandonar-se a si mesmo, até que, talvez a tia
Teresa o venha visitar.
Interesse e importância deste
romance
António Lobo Antunes não é um autor
muito fácil, a sua narrativa nem sempre é linear, vagueia ao sabor das paixões,
levada pela corrente de consciência, saltitando de um tema para outro, fazendo
um caldo deste admirável mundo, revela uma cultura rica e multifacetada, que
poderá levar alguns leitores a não acompanhar a sua tessitura. Mas se podemos
dizer, e mais claramente das suas últimas criações, que ele não é um autor
fácil, também temos de reconhecer que não é um autor vulgar, descritivo,
superficial, a sua escrita é apurada até se revestir de uma poesia subtil, tem
um bem intrincado substrato psicológico a estruturá-la, e, se não contém uma
filosofia por detrás, dela eclode uma trovoada de ideias, que nos farão por
certo reflectir sobre a rudeza, a fragilidade e a precariedade da vida do ser
humano. Aos seus livros não bastará serem lidos, mas relidos, para se conseguir
apreender deles todo o seu esplendor narrativo.
De entre os romances saídos da
Guerra Colonial, este é um dos que melhor explora os efeitos psicológicos
sofridos pelos que nela participaram. É evidente que aqueles que trabalharam no
campo desde os dez anos, ou sob a sirene das fábricas desde muito cedo, que não
comiam de faca e garfo, não a terão sentido da mesma maneira, mas a sua versão é
a que aqui importa considerar. Tendo passado por aquela malfadada guerra, a
vida da personagem principal, carregada de passado, é olhada agora com um deprimido
azedume, como se tudo seja inglório, tedioso, e as pessoas sejam desprovidas de
sentimentos nobres, como se as ideias que corporizam aquele mundo estejam todas
corrompidas pelo tédio, pela insensatez, pela perversão, as empestasse o cheio
a cadáver em que se hão-de tornar. Todavia, possa ser esta crítica deprimente,
que dela ainda se pressupõe um mundo mais justo e feliz, a ser por nós
construído.
Outro aspecto que ali foi bem
tratado, e que é sem dúvida, problemático, foi o do sexo num universo fechado
de homens, em que a carência do elemento feminino tem efeitos perturbadores,
passíveis de criar transtornos e depravações. O autor tem aqui um registo
sereno, ainda que a pessoas fora do ambiente em que se desenvolveu aquela
guerra possa parecer às vezes excessivo. Sem pejo de reproduzir a realidade,
não receia usar por vezes o calão. O amor, o desejo e a sensualidade percorrem
todo o romance, frequentemente erótico: o homem e a mulher parecem cúmplices em
povoar o mundo ao sabor irresistível dos seus instintos. Por vezes dá a ideia
de ondular sobre um infindável cópula, que se interrompa ou repita, entre
outros afazeres inadiáveis, com cambiantes mais ou menos libidinosas, um
entretém que naturalmente servirá para propagar a vida no mundo, mas que também
será utilizado como instrumento para a suportar.
Transcreva-se algumas passagens do
livro: «Se fecho os olhos, uma rumorosa constelação de pombos levanta voo dos
telhados das minhas pálpebras descidas, vermelhos de conjuntivite e cansaço…
(pág. 70)»; «O empregado da alfândega, magrinho intolerante, que suspeitou
decerto ser eu um guerrilheiro em embrião, vasculhou-me a mala num azedume
minucioso em busca de metralhadoras libertárias (pág. 85)»; «Esta espécie de
jazigo onde moro, assim vazio e hirto, oferece-me aliás uma sensação de
provisório, de efémero, de intervalo, que, entre parêntesis, me encanta: posso
ainda considerar-me um homem para mais tarde, e adiar indefinidamente o
presente até apodrecer, sem nunca haver amadurecido… (pág. 127)»; «O tempo
trouxe-me a sabedoria da incredulidade e do cinismo, perdemos a franca
simplicidade da juventude com a segunda tentativa de suicídio, em que acordámos
num banco de hospital sob o olho celeste de um São Pedro de estetoscópio, e
desconfiamos tanto da humanidade como de nós mesmos, por conhecermos o egoísmo
azedo do nosso carácter oculto sob aparências de um verniz generoso (pág.
138)».
Como se pode verificar por estas
transcrições, e por outras já feitas lá atrás, António Lobo Antunes, que já
vimos que às vezes recorre ao calão, à língua falada, serve-se nesta obra
sobretudo de uma linguagem espessa e rica, eivada aqui e ali de poesia, utiliza
proficuamente imagens insinuantes retiradas da cultura urbana, localizadas no
teatro e no cinema, na história e na literatura, na pintura e na escultura, na
música, desde o jaz à clássica, aferindo a vida à civilização vigente,
reflectindo um mundo com tanto de angustioso como de intrigante, de que há sempre
algo a lamentar. Faz desaguar sobre nós um caudal imenso de estados de alma que
nos levam a reflectir sobre o sentido da vida e da morte, com o cortejo de
possibilidades que as acompanham, induzindo-nos talvez a procurar construir um
mundo mais amigável, que ele próprio ainda não descobriu.
Se quanto à forma a linguagem deste
romance se destaca, materialmente, contra o que seria de supor, não é a narração
da guerra o seu aspecto mais importante, já que o autor dá dela uma versão
parcial, tirada ao horizonte restrito do seu mister, de alguém bem-nascido; o
que é mais importante neste romance é a sua componente política, em que são
exaltados os valores da democracia em relação à ditadura, da tolerância em
relação à intolerância, se condena a violência, e sobretudo, a sua denúncia universal
contra a guerra, mostrando o seu absurdo, a sua desumanidade, uma guerra vista
por um médico, que a vê frequentemente onde ela mais dói, no meio dos seus
mortos, feridos e estropiados, e daqueles que, mesmo estando fisicamente sãos,
por dentro estão cheios de mazelas, psiquicamente estão desregulados. É por
tudo isto que estamos perante um romance de referência.
7/9/2015
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